domingo, 7 de novembro de 2010
A Dor Raphael L. Bravo nº27 7B
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Lasar Segall-Juliana n 15
Autorretrato III-Juliana n 15
A pintura que me chamou a atenção foi o autorretrato III,1927 em várias telas pintadas por Segall logo após sua chegada ao Brasil,em 1923,a presença do desenho é determinante.Em autorretrato III o artista está diante de uma tela em branco e tem entre os dedos um lápis,no lugar de um pincel.A pintura fica em aberto,como que para anunciar o fim "da fase brasileira",denominação dada por Márcio de Andrade a pintura que Segall produzil entre 1924 e 1928.Algum resquício do realismo empiedoso da nova objetividade que marcou toda a produção alemã desses anos 1920,paira no ar como uma indagação.A pintura desenhada,toda figura retratada e descrita por uma linha que percorre seus contornos e subilinhas as rugas da testa,as dobra da mão,as marcas de expressão,o drapeado da gola,o delineado dos lábios as mãos profissionais do artesão são o centro da atenção suspensas sobre o branco da tela.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
historia de Lasar Segall Raphael L. Bravo nº27 7B
Lasar Segall nasce em 21 de julho, na comunidade de Vilna, capital da Lituânia, na época sob domínio da Rússia. É o sexto filho de Esther Ghodes Glaser Segall e Abel Segall.Seu pai era escriba da Tora, lei judaica contida nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, cujo texto, manuscrito em pergaminho, é utilizado em cerimônias religiosas nas sinagogas.
1905
Em Vilna, freqüenta a Escola de Desenho, onde é estimulado a viajar para seguir seus estudos, sobrinho do escultor Mark Matveevich Antokoski, também de Vilna, que passou grande parte da vida em Paris.
1906
Aos 15 anos de idade vai para Berlim, onde se fixa, para continuar a formação artística. Freqüenta a Escola de Artes Aplicadas. Em seguida ingressa na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim. Recebe Bolsa de Estudo.
1910
Deixa a Academia de Berlim. No final do ano transfere-se para Dresden, onde freqüenta a Academia de Belas Artes, como aluno-mestre, com ateliê próprio e maior liberdade de criação. No ano seguinte, visita novamente a família em Vilna.
1912
Vai à Holanda. Em Amsterdã desenha tipos humanos no asilo de velhos. No final do ano, passa pelo porto de Hamburgo a caminho do Brasil, onde já residiam seus irmãos Oscar, Jacob e Luba.
1913
Em março, faz exposição individual num salão alugado à Rua São Bento, 85, São Paulo, com apoio do senador José de Freitas Valle. Mostra trabalhos de transição entre o impressionismo e um estilo pessoal que começava a se afirmar. Em maio, dá aulas de desenho à jovem Jenny Klabin. Em junho, exposição individual no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, no final do ano, regressa à Europa, deixando várias obras em coleções brasileiras, entre as quais a de Freitas Valle, na qual ficaram três trabalhos, inclusive o Auto-retrato I (c. 1911). Visita Paris por três semanas, fazendo longas visitas ao Museu do Louvre. De volta à Alemanha, conhece Margarete Quack que,ao fim da Primeira Guerra, se tornaria sua esposa.
1916
No início de 1916 recebe autorização para voltar a Dresden. Vive algum tempo na residência de Victor Rubin, patrono de vários artistas dessa cidade. No final desse ano, retorna à cidade natal, encontrando-a destruída pela guerra. Da forte impressão que lhe causa a cidade, com seus seres miseráveis espalhados pelas ruas, produz uma série de desenhos,gravuras em metal, em que registra a data “1917”.
1918
Permanece de agosto a novembro em Vilna por ter contraído a gripe espanhola. Volta a Dresden. Publica, com prefácio do crítico Will Grohmann, o álbum 5 Litographien nach der Sanften (Cinco litografias sobre Uma doce criatura), inspirado no conto Krotkaya (Uma doce criatura), de Dostoievski.
1919
Funda com os artistas Otto Dix, Conrad Felixmüller, Will Heckrott, Otto Lange, Constantin von Mitschke-Collande, Peter August Böckstiegel, Otto Schubert, Gela Forster e o arquiteto e escritor Hugo Zehder, a Dresdner Sezession - Gruppe 1919 (Secessão de Dresden, Grupo 1919). Primeira exposição da Secessão de Dresden - Grupo 1919, na Galeria Emil Richter, Dresden (abril/maio). Em junho, nova mostra da Secessão de Dresden - Grupo 1919, com convidados de outras cidades (George Grosz, Schmidt-Rottluff e Kurt Schwitters, entre outros).
São Paulo-21 de Setembro 1967
Jenny Klabin Segall(esposa de Lasar) funda na casa do artista o museu na chacara Klabin
domingo, 29 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
O que é leitura de cordel por Raphael L. Bravo nº27
Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.
A chegada ao Brasil
A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.
Baratos, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.
Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público.
Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.
Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.
Literatura Oral
Faz parte da literatura oral os mitos, lendas, contos e provérbios que são transmitidos oralmente de geração para geração. Geralmente, não se conhece os autores reais deste tipo de literatura e, acredita-se, que muitas destas estórias são modificadas com o passar do tempo. Muitas vezes, encontramos o mesmo conto ou lenda com características diferentes em regiões diferentes do Brasil. A literatura oral é considerada uma importante fonte de memória popular e revela o imaginário do tempo e espaço onde foi criada.
Muitos historiadores e antropólogos estudam este tipo de literatura com o objetivo de buscarem informações preciosas sobre a cultura e a história de uma época. Em meio a ficção, resgata-se dados sobre vestimentas, crenças, comportamentos, objetos, linguagem, arquitetura etc.
Podemos considerar como sendo literatura oral os cantos, encenações e textos populares que são representados
Exemplos de mitos, lendas e folclore brasileiro: saci-pererê, curupira, boto cor de rosa, caipora, Iara, boitatá,
lobisomem, mula-sem-cabeça, negrinho do pastoreio.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Menotti del picchia -poesia"juca mulato": Juliana 15 :)
Essa é uma pequena parte do poema "juca mulato",pois ele é muito grande. "Nuvens voam pelo ar como bandos de garças,
Artista boêmio, o sol, mescla na cordilheira
pinceladas esparsas
de ouro fosco. Num mastro, apruma-se a bandeira
de São João, desfraldando o seu alvo losango.
Juca Mulato cisma. A sonolência vence-o
Vem, na tarde que expira e na voz de um curiango,
o narcótico do ar parado, esse veneno
que há no ventre da treva e na alma do silêncio.
Um sorriso ilumina o seu rosto moreno.
No piquete relincha um poldro; um galo álacre
tatala a asa triunfal, ergue a crista de lacre,
clarina a recolher entre varas de cerdos e
mexem-se ruivos bois processionais e lerdos
e, num magote escuro, a manada se abisma na treva.
Anoiteceu.
Juca Mulato cisma.
2
Como se sente bem recostado no chão!
Ele é como uma pedra, é como a correnteza,
uma coisa qualquer dentro da natureza,
amalgamada ao mesmo anseio, ao mesmo amplexo,
a esse desejo de viver grande e complexo
que tudo abarca numa força de coesão.
Compreende em tudo ambições novas e felizes,
tem desejo até de rebrotar raízes, deitar ramas pelo ar,
sorver, junto da planta, e sobre a mesma leiva,
o mesmo anseio de subir, a mesma seiva,
romper em brotos, florescer, frutificar!
3
"Que delícia viver! Sentir entre os protervos
renovos se escoar uma seiva alma viva
na tenra carne a remoçar o corpo moço..."
E um prazer bestial lhe encrespa a carne e os nervos;
afla a narina; o peito arqueja; uma lasciva
onda de sangue lhe incha as veias do pescoço...
Ei-lo, supino e só, na noite vasta. Um cheiro
acre de feno lhe entorpece o corpo langue
e, no torso trigueiro,
enroscam seus anéis serpentes de desejos
e um pubescente ansiar de abraços e de beijos
incendeia-lhe a pele e estua-lhe no sangue.
Juca Mulato cisma.
Escuta a voz em couro
dos batráquios, no açude, os gritos lancinantes
do eterno amor dos charcos.
É ágil como um poldro e forte como um touro;
no equilíbrio viril dos seus membros possantes
há audácias de coluna e elegância dos barcos.
O crescente, recurvo, a treva em brilho frange
e, na carne da noite, imerge-se e se abisma
como num peito etíope a ponta de uma alfange.
Juca Mulato cisma...
A natureza cisma.
4
Aflora-lhe no imo um sonho que braceja;
estira o braço, enrija os músculos, boceja,
supino fita o céu e diz em voz submissa:
"Que tens, Juca Mulato ?..." e, rebolcado na erva,
sentindo esse cansaço irritante que o enerva
deixa-se, mudo e só, quebrado de preguiça.
Cansado ele ? E por quê ? Não fôra essa jornada
a mesma luta, palmo a palmo, com a enxada
a suster no café as invasões da aninga ?
E, como de costume, um cálice de pinga,
um cigarro de palha, uma jantinha à toa,
um olhar dirigido à filha da patroa ?
Juca Mulato pensa: a vida era-lhe um nada...
Uns alqueires de chão, o cabo de uma enxada,
um cavalo pigarço, uma pinga da boa,
o cafezal verdoengo, o sol quente e inclemente...
Nessa noite, porém, parece-lhe mais quente
o olhar indiferente
da filha da patroa...
"Vamos, Juca Mulato, estás doido ?
Entretanto, tem a noite lunar arrepios de susto,
parece respirar a fronde de um arbusto.
O ar é como um bafo, a água corrente, um pranto.
Tudo cria uma vida espiritual violenta.
O ar morno lhe fala, o aroma suave o tenta...
"Que diabo !" Volve aos céus as pupilas, à toa,
e vê, na lua, o olhar da filha da patroa...
Olha a mata: lá está! O horizonte lho esboça,
pressente-o em cada moita, enxerga-o em cada poça
e ele vibra, ele sonha e ele anseia, impotente,
esse olhar que passou, longínquo e indiferente!
5
Juca Mulato cisma. Olha a lua e estremece.
Dentro dele um desejo abre-se em flor e cresce
e ele pensa, ao sentir esses sonhos ignotos,
que a alma é como uma planta, os sonhos como os brotos,
vão rebentando nela e se abrindo em floradas...
Franjam de ouro, o ocidente, as chamas das queimadas,
Mal se pode conter de inquieto e satisfeito.
Advinha que tem qualquer coisa no peito
e às promessas do amor a alma escancara ansiado
como os áureos portais de um palácio encantado!...
Mas a mágoa que ronda a alegria de perto
entra no coração sempre que o encontra aberto...
Juca Mulato sofre... Esse olhar calmo e doce
fulgiu-lhe como a luz, como a luz apagou-se.
Feliz até então, tinha a alma adormecida....
Esse olhar que o fitou, o acordou para a vida!
A luz que nele viu deu-lhe a dor que agora o assombra,
como o sol que traz a luz e, depois, deixa a sombra...
6
E, na noite estival, arrepiadas, as plantas
tinham na negra fronde, umas roucas gargantas
bradando, sob o luar opalino, de chofre:
"Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!
7
E, despertando à Vida esse caboclo rude,
alma cheia de abrolhos,
notou, na imensa dor de quem se desilude
que, desse olhar que amou, fugitivo e sereno,
só lhe restara no lábio um travo de veneno,
uma chaga no peito e lágrimas nos olhos!
A Serenata
1
Canta, Juca Mulato...
Ele pega na viola:
seu dedo nervoso os machetes esfrola.
Solta um gemido o aço vibrado
como um grito de dor de um peito esfaqueado.
É tão suave a canção, tão dolente e tão langue
que cada nota lembra uma gota de sangue
a fluir e a pingar dos lábios de uma chaga.
É noite. A brisa sopra uma carícia vaga.
A turba espera. O terreiro tem brilhos
quando, de chapa, a lua esplende nos ladrilhos
e, sentindo a paixão estuar-lhe a garganta,
Juca Mulato canta:
"Veio coleante, essa mágoa
arrastas triste e submisso;
também choro, veio dágua,
sem que ninguém dê por isso...
Saltas nos seixos de chofre.
Choras. No mundo inclemente,
só não chora quem não sofre
só não sofre quem não sente...
Procuras dentre os abrolhos
ver o céu que astros povoaram.
Eu também procuro uns olhos
que nunca me procuraram...
Os céus não vêem tua mágoa,
nem estas ela advinha...
Veio d’água, veio d’água,
Tua sorte é igual à minha.
Ora em bolhas vãs tu medras,
eu em sonhos bem mesquinhos,
Teu leito é cheio de pedras,
minha alma é cheia de espinhos...
Se uma rama se desfolha
sobre teu dorso e resvala,
corres doido atrás da folha
sem poder nunca alcançá-la.
Às vezes, também, risonho,
um sonho minh’alma junca,
Corro doido atrás do sonho
Sem poder tocá-lo nunca.
Ventura... doida corrida
de uma folha sobre um veio.
Folha... Esperança perdida
de um bem que nunca me veio.
Assim vou, sangrando mágoa
e doido, para onde for
veio d’água, veio d’água
corro atrás da minha dor!"
Alma Alheia
1
Que tens, Juca Mulato ?
Uma tristeza mansa
embaça-lhe o fulgor dos olhos de criança.
Ele é outro... Um langor anda a abrasar-lhe a pele.
Não sabe definir o que há de novo nele.
Fuma e segue pelo ar uma espiral que esvoaça,
pensa que seu destino é igual a essa fumaça...
"A vida é mesmo assim..." ele cisma tristonho.
"Sai do fogo da dor a fumaça do sonho"...
Da cocheira, um nitrir, de intervalo a intervalo,
vibra no ar... É o pigarço. Esse pobre cavalo
anda esquecido e há muito que, sozinho,
sente a falta que faz o calor de um carinho.
Juca Mulato todo o dia vinha vê-lo...
Afagava-lhe o dorso, acamava-lhe o pelo,
e ele, baixando, quieto, as pálpebras vermelhas,
nitrindo e resfolgando, espetava as orelhas...
Juca Mulato, então, numa voz doce e calma,
dizia-lhe baixinho o que ele tinha n’alma.
Coisa de pouca monta: umas fanfarronadas,
uns receios pueris, façanhas de caçadas,
desafios na viola em noites de luar;
coisas que tinha pejo até de lhe contar,
que sussurrava a custo, onde, por entre os dentes,
a gente advinhava umas frases ardentes:
bocas mordendo um seio em que os bicos quentinhos
tinham a cor da rosa e a ponta dos espinhos...
Ele ria e a risada espoucava-lhe aos pinchos
e o pigarço sisudo explodia em relinchos
que diriam, talvez, traduzido em frases:
"Toma tento, Mulato! Olha bem o que fazes..."
Juca afagando-o, então, murmurava contente:
"Pigarço, você tem uma alma como a gente!"
Hoje, anda abandonado e pesa-lhe o abandono.
Há no seu manso olhar saudades de seu dono.
Quem não vê nesse olhar úmido e cor de enxofre
que esse cavalo sofre ?
2
Vê uma ave voar na tarde calma e suave,
vem-lhe o desejo absurdo e doido de ser ave.
Quando junto a uma fonte acaso se debruça,
se a corrente soluça, ele também soluça...
Depois, envergonhado, encolhe-se, procura
no seu imo o porquê dessa vaga ternura.
Até vendo uma flor, comove-se, suspira...
"Juca: toma cuidado... Estás ficando gira...
Deixa de te arrastar, como um doido qualquer,
atrás da tentação de uns olhos de mulher!"
E resolve, consigo, ir altivo e insolente,
fingir que não padece e mostrar que não sente,
montar o seu pigarço, atacar a restinga
às foiçadas, beber um cálice de pinga
na venda do caminho e, entre parvos caipiras,
de mistura, contar três ou quatro mentiras
onde lampeja a faca, onde, aos uivos e aos brados
põe em fuga, triunfante, um bando de soldados!
Revive a ilusão! Ele é outro! Salvou-se!
Insidioso, de novo, um olhar meigo e doce
o alucina, o subjuga, o domina, o amolece...
E nem sabe porque humilhado obedece
à sugestão da luz que cintila naquele
lânguido e triste olhar que nunca olhou para ele.
Fascinação
Tudo ama!
As estrelas no azul, os insetos na lama,
a luz, a treva, o céu, a terra, tudo,
num tumultuoso amor, num amor quieto e mudo,
tudo ama! tudo ama!
Há amor na alucinada
fascinação do abismo,
amor paradoxal, humano e forte,
que se traduz nas febres do sadismo,
nessa atração perpétua para o Nada,
nessa corrida doida para a Morte.
Por isso, quando as lianas
em lascívias florais cercam de abraços
o tronco hirsuto e grosso,
têm, no amplexo mortal, crueldades humanas.
Há no erótico ardor de enlaçá-lo, abraçá-lo,
a assassina violência de dois braços
crispados num pescoço
atenazando-o para estrangulá-lo!
É que o amor quer a morte. Num momento
resume a vida, os loucos entusiasmos
dos supremos espasmos...
Nesse furor que o invade,
tem a volúpia da ferocidade,
tem o delírio do aniquilamento!
É por isso que vês, por tudo
uma luta de morte, um desespero mudo:
a insídia da raiz que mina a terra e a esgota,
o caule que ergue o fuste, a rama, em sobressalto,
agitando pelo ar a própria dor ignota,
no torturante amor do mais puro e mais alto!
2
E, na noite estival,
enchendo o Espaço e o Tempo, a Luz e a Treva,
o turbilhão fantástico se eleva
do amor UniversaL.
Tudo ama!
As estrelas no azul, os insetos na lama,
a luz, a treva, o céu, a terra, tudo,
num tumultuoso amor, num amor quieto e mudo,
tudo ama! Tudo ama!...
3
Juca Mulato freme. Imerge os olhos entre
as estrelas curiosas.
Não sabe que anda o amor nos espaços profundos
a fecundar o ventre
das próprias nebulosas
na eterna gestação de novos mundos...
Ele é a matriz da vida: multiplica
seres e coisas, numa força eterna,
cria o verme, animais que andam de rastros.
Mata e ressurge, estiola e frutifica,
e, pelo espaço rútilo, governa
a prodigiosa rotação dos astros!
E a vertigem do amor, fascinadora,
tudo arrasta, fantástica, nos braços
e a terra que palpita, canta e chora,
ora imersa na treva ora imersa na aurora,
leva através do Tempo e dos Espaços...
Acendendo no olhar um lampejo divino,
Juca Mulato cede à vertigem que o enlaça
e brada num transporte:
"Arrasta-me também, no turbilhão que passa!
Leva-me ao teu destino,
Amor que vens para a Vida e que vais para a Morte!"
Lamentação
1
"Amor?
Receios, desejos,
promessas de paraísos,
depois sonhos, depois risos,
depois beijos!
Depois...
E depois, amada?
Depois dores sem remédio,
depois pranto, depois tédio,
depois... nada!"
2
"Também como esse bosque eu tive outrora
na alma um bosque cerrado de emoções.
As palmeiras das minhas ilusões
iam levando o fuste espaço afora.
Floriam sonhos; era uma pletora
de crenças, de desejos, de ambições...
Não havia por todos os sertões
mais luxuriante e mais violenta flora.
Ai! Bosque real, é o tempo das queimadas!...
É agosto, é agosto! O fogo arde o que existe
em turbilhões sinistros e medonhos.
Ai de nós!... Somos almas desgraçadas,
pois na luz de um olhar lânguido e triste
também ardeu o bosque dos meus sonhos..."
Menotte del picchia:Juliana 15 :)
Essa foto foi tirada em 1967 de menotti del picchia. Menotti del picchia nasceu em 20 de março de 1892 em São Paulo e morreu em 23 de agosto de 1988 em São Paulo.Menotte del picchia foi poeta,jornalista,pintor,advogado,político,romancista,cronista e ensaista brasileiro.
A importante água
Podemos economizar água das seguintes formas: Reduzindo o tempo de banho, fechando a torneira na hora de escovar os dentes, utilizar um balde com água ao invés da mangueira para lavar o carro, entre outras formas de salvar o planeta.
A água do nosso planeta está sendo gasta de forma desnescessária, e só nós podemos ajudar e salvar a terra. Uma das grandes causas do aquecimento global é o desperdício de água, temos que parar de poluir o meio ambiente para sobrevivermos. O único jeito de economizar água é se concientizando e parando de poluir, gastar água e desmatar as árvores.]
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Anita malfatti-por Raphael n°27
A estudante russa
Anita Malfatti foi uma importante e famosa artista plástica brasileira. Nasceu na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de novembro de 1964.
Anita Malfatti estudou pintura em escolas de arte na Alemanhã e nos Estados Unidos . Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento modernista.
Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.
Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia.
Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933. Em 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho em sua casa.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Moçambique é uma dança que tem origem africana provavelmente veio de Moçambique onde deve ter surgido o nome.Essa dança é mais dançada noBrasil central, São Paulo e Minas Gerais. Quando chegou no Brasil era conhecida como dança de salão e era dançada nas moradias de grandes fazendeiros.Passou o tempo ela não foi mais conhecida como antigamente passou a ser uma dança africana com mistura de varias danças, sendo confundida por outras danças que normalmente leva o nome de santos. Atualmente Moçambique é dançado pelos caboclos. Na dança tem varios personagens como: o capitão chefe e seu substituto, dois guias, dois tambores, quatro pajens que levam o chapéu de sol do Rei e da Rainha, dois capitães, espadas, coronel, alferes da Bandeira.
JOÃO VITOR 7B Nº14
quarta-feira, 17 de março de 2010
comida da festa Moçambique por Raphael n°27
O refeitório lota em determinados períodos, principalmente na entrada e saída do horário escolar. Muitas crianças passam no Centro para comerem antes das aulas. Outras fazem o caminho inverso, geralmente com amigos ou irmãos.
Todos os dias antes de ir para a escola, os adolescentes e seus irmãos menores, já de uniforme, param no Centro para almoçar.
Veja o cardápio do Centro Nutricional:
Segunda-feira: arroz, feijão, ovo cozido, sumo e fruta.
Terça-feira: macarrão, carne de vaca, sumo e fruta.
Quarta-feira: arroz, repolho, tomate, cebola, sumo e fruta.
Quinta-feira: arroz, couve, amendoim, tomate, cebola, sumo e fruta.
Sexta-feira: arroz, frango, sumo e fruta .
A refeição é interrompida por conversas e brincadeiras, mas mesmo assim nunca sobra comida no prato. Depois de brincarem um pouco no pátio,amigos vão juntos à escola, de barriga cheia.
A idade-limite do programa é 14 anos e muitas crianças crescem recebendo as suas refeições no Centro Nutricional. Os mais velhos geralmente ajudam a servir a comida aos mais novos, como eles foram ajudados quando menores.
terça-feira, 16 de março de 2010
cantos da festa moçambique :Raphael n°27
Em todo o território de Moçambique encontramos o canto como forma
musical. Cantos de pessoas a solo, em geral só de "profissionais",frequentemente cegos ou aleijados, que se especializaram em entreter os outros,
cantando histórias, literatura de cordel, ou episódios e lamentações pessoais, andando de terra em terra, sendo chamados, às vezes, para longe. Têm bastante fama e são recompensados por umas moedas ou ovos,que os ouvintes lhes dão.
Fora destes, raramente se encontra em Moçambique homem ou mulher que
cante publicamente sozinho. Só quando não são observados cantarolam durante os seus
afazeres ou nos caminhos longos; ou ainda, sentados sozinhos, cantam baixinho para si
próprios, acompanharem. De resto, a forma de cantar realiza-se em duetos ou em coro. Em ambos os casos, é uma parte que começa e a outra entra um pouco mais tarde e segue depois com a primeira. Nos coros surge também frequentemente a forma de solista que começa e a seguir o grupo todo entra com o estribilho. Mas nem sempre se apresenta esta separação em dois contra-elementos . Muitas vezes só o lidér levanta a voz, e poucas notas depois entram os outros, e as linhas entrelaçam-se e unem-se e o lidér possivelmente acaba um verso mais cedo para respirar e entraráoutra vez no próprio momento em que o grupo, ou o parceiro, acaba. Não gostam de paragens totais, gostam de ouvir sempre a corrente musical, como a água, que também não pode parar sequer por momentos .
origens da dança da festa moçambique:raphael n°27
O ritual do Toré, realizado em Ouricuri, espaço sagrado onde acontecem os rituais, a sete quilômetros da aldeia, onde não-índios não entram, é o nome dado ao ritual, mas também ao canto e a dança. Toré é o símbolo da resistência dos índios do Nordeste ou “índios misturados”.
Quando houve o reconhecimento dos povos indígenas, das comunidades remanescentes do Nordeste, muitos povos que perderam sua língua, e muitas das suas tradições, por todos esses anos de destruição e colonização, reaprenderam e\ou recriaram suas origens com outros povos que mantiveram seus costumes, chamando genericamente os rituais dos povos indígenas do Nordeste de Toré.
Na tribo Kariri-Xocó, como o nome mesmo diz, duas etnias foram misturadas, tendo dois caciques e dois pajés, na liderança política e espiritual do grupo. Todos são exímios cantores e dançarinos do Toré, da criança de cinco anos, aos velhos do conselho de 90 à 100 anos, assim como curandeiros e especialistas na cura de ervas.
No final da década de 80, o pajé Júlio Suirá, preparado pelo antigo Cacique, recebeu uma mensagem que esse ritual deveria ser aberto aos não-índios, que as pessoas teriam direito de conhecer esse segredo milenar da humanidade. Então, alguns índios mestres de cantos e danças, como Tchydjo e sua família saíram pelo mundo mostrando apresentações de Toré. Aqueles cantos milenares, o bater do pé no chão acompanhado pela maracá, juntamente com as vestimentas e a força sentida energeticamente são encantadores a quaisquer olhos.
Hoje, há mais de quinze anos na estrada, o toré da tribo Kariri-Xocó, é estudado como performance e resistência cultural, pois ao saírem da tribo eles garantiram não só a preservação das tradições em cantos e danças, como fizeram o povo indígena voltar a ter a auto-estima e diminuir a violência e o pré-conceito local e regional, na sua comunidade e comunidades vizinhas.
Tchydjo e seus guardiões, se apresentaram em várias universidades, escolas e museus pelo Brasil, e já se apresentaram no Museum of Natural History de Nova York e ainda, abriram o show da Banda Sepultura num estádio para mais de trinta mil pessoas.
Suas oficinas e performances do Toré hoje se especializaram, oferecendo oficinas de Loiça: confecção de utensílios com a argila, cantos, danças e maracá, ervas e cura nativa (limpeza do espírito e da casa), confecção do artesanato ïndígena, pintura corporal.